Eu acho que eu só finjo ser eu.
Penso que sou qualquer outra pessoa assumindo o papel de alguem que, se eu fosse eu, eu gostaria de ser.
Estou viva. Mas vez por outra penso meu estado natural, de morte.
Confortavelmente morta.
Deixando que o outro ser assuma meu corpo, que a carne se dirija no modo automático. a carne anda, come, conversa, sai, volta.
Eu, morta, a observava.
Pintava (com minhas tintas coloridas e invisíveis).
Cantava (pra ninguém ouvir).
Ouvia (desde as músicas até o silêncio)
Dançava (só).
Não me sinto muito confortável nesta condição de pessoa viva.
Quem sabe eu morro de novo.
2 comentários:
As vezes penso que já morri. E só estou aqui observando as pessoas. E as pessoas que veem falar comigo, tbm já morreram.
The art of suicide, como diria minha mulher, Emilie Autumn. Ninguém disse que a vida é melhor que a morte, mas eu não tenho coragem de experimentar. Até porque, é o que dizer, caminho sem volta, e tal. Eu não sei se finjo ser eu. Quando estou com muitas pessoas, sim, com certeza, mas como eu gosto de ficar sozinho, passo um bom tempo sendo eu. rs
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