à moça no parapeito

Enquanto contemplava, num misto de emoção e raiva, o pôr do sol da Bahia der Todos os Santos, senti um forte impulso para escrever. Eu não tinha folhas, apenas uma caneta. Então pedi emprestada uma folha à escritora ao meu lado que me lembrava muito uma velha e querida amiga.
O agradecimento gerou uma conversa doce. Ela me disse que morava no interior e eu contei que recentemente me mudei para o centro da capital. Eu ensinei a ela o que era performance e ela me disse que eu deveria ter coragem para sentar no parapeito da Praça da Cruz Caída. Me lembrei de tempos felizes e, por alguns minutos, sorri.
Não trocamos contatos.
Não era necessário, nem conveniente.
Aquele momento bastou por si.