sobre ontem

E ai? Ele me perguntou após me responder que sim, havia beijado a outra menina.
Eu disse a ele que estou confusa. Disse que estou com raiva dessa história de haver menina. Disse que não é normal eu sentir isso e que eu não sei o que está acontecendo comigo.

Disse isso andando de um lado pro outro da sala, quase me esbarrando nas paredes. Enquanto ele, quieto, me observava.

Eu disse que o outro dia no restaurante universitário foi constrangedor. Parecia que eu e a outra moça o estávamos disputando. Disse que se eu não passei por isso na adolescência, não o passaria agora. Ele nada respondeu.

Pedi um pouco de... Água?; ele completou. Sim, por favor; respondi.

Ele me perguntou se eu não estaria o amando. E eu ri. E meu riso, de tão forte que ecoou pelo prédio inteiro. Eu não queria. Mas ri.
Eu ri de desespero. Mas não sei se ele sabia.

Eu disse a ele que pensei em não ir na casa dele por uma tempos. Até a poeira baixar. Ele me perguntou se minha solução era não ir mais na minha casa. Eu ri sem graça e perguntei qual a solução dele. Ele não respondeu.

04/10/2015
Salvador, Bahia, Brasil.

4 comentários:

Sr. Reticente disse...

Olha só... Quem é vivo sempre aparece!! Gatinha, quanto tempo!! Como vai?! Espero que bem!! Saudades também... Vê se aparece mais vezes por aqui!!!! Beijão!

Nicolas disse...

Caralho, Lais, que saudade de vc. Que saudade dos seus textos foda e sempre tão viscerais. Vai ter continuação? Quero saber qual vai ser a solução. Se é que vai haver alguma.

Laisa Maria Ferreira disse...

É a vida que tem me acontecido... Apareço sim. E lá também.

Laisa Maria Ferreira disse...

Também senti saudades, Nicolas, muitas saudades. Volto.
Teve continuação sim. Linda para a literatura, não tão agradável para a vida. Logo logo eu posto.