Eu acho que entendo como ele se sentia.
Eu já quis, em algum momento, estar perto e longe.
Emocionalmente já estive. E creio que ele o tempo todo. Mesmo antes da canoa.

Acho que todo jovem já teve uma fase assim.
Não exatamente assim. Mas assim.
A minha passou. A dele não.

Não entendo o rio.
Não é minha realidade.
Nem as árvores.
Mas entendo o longe e perto.

Eu não fiz. Eu teria me arrependido. Hoje.
Ele não.
Ou ele sim.
Ele quis voltar. Acho que quis.

Eu acho que entendo ele.
O narrador sabe de muita coisa.
Eu só acho.


- Texto inspirado pelo conto A terceira margem do rio, de Guimarães Rosa.

2 comentários:

João disse...

Minha vida é uma sequência de "querer estar perto e longe".

Passando por aqui pra dizer que não morri. Pelo menos não por fora, baby. :*

Laisa Maria Ferreira disse...

Obrigada por estar vivo.
E... Sua preocupação em me lembrar que estar vivo (alias, sinto-me muito grata por isso também) mostra que também ha vida por dentro.