eu ouvi enquanto escrevia: Malu 4x4, do Marcelo Camelo
Ele afundou a mão direita no balde de tinta vermelha. O vermelho vivo escorria pelos seus braços. Desceu o indicador pelas costas dela. Ela estava nua. Ele também. Não se importavam. A mão dele escorreu até a barriga dela. Ela arrepiou. Abraçou-a. Subiu aos seios. Ela mordeu os lábios.
E ele afundou a mão esquerda no balde de azul marinho. O vermelho se misturou com azul. Violeta. Seus dedos finos e longos caminhavam pela pele da moça. Limpou o suor da testa. Seus cabelos castanhos foram tingidos pelo azul. A barba pelo violeta. Desceu às pernas. Pegou um pouco mais de vermelho. Uma textura ondulada começou a se formar em suas vértebras torácicas. Limpou a mão esquerda na parte interna da coxa dela. Afundou a ponta dos dedos na tinta verde. Pontuou sua lombar. E foi caminhando lentamente até sua virilha. Ela estremeceu. Soprou em seus ouvidos. 'Calma. Não terminei.'
Pegou o pincel stroke, o de cerdas longas e macias. Passou na aquarela sobre a mesa. O amarelo. E tracejou suas vertebras. Uma por uma. Com um branco neve, desenhou reticências. Pintou os lábios de bordô. Beijou-lhe a nuca. Virou-a. Sorriu, com seus lábios bordô. Ela sorriu em resposta. Beijou-lhe o colo, os seios e o ventre. Depois levantou.
Já era a hora de borrar o desenho.
Já era a hora de borrar o desenho.
2 comentários:
Qual essa quinta agora, dia 11?! Pode ser tipo começo da noite, uma cerveja ali perto da praça mesmo ou descemos pra um café no Glauber!!
Vou te mandar um e-mail!!
Abração!!
Muito poético e erótico, mais do que a música tentou ser. Preferi a leitura. Assim como não gosto de videoclipes - pois acho que a música é mais especial quando ouvida -, também acho que a literatura combina mais com o silêncio. Mas não sou xiita e sei que há sempre as possibilidades de elo entre as artes. Meus parabéns. Eu voltei, assim espero.
Postar um comentário