Das baianidades

- Ô pai, calça a sandália.
- Ah, mainha, quero não. - vez por ourtra a mulher instava o menino que brincava na lama enquanto via a mãe pendurar as roupas nas cordas amarradas em madeiras fincadas no chão do quintal.
- Pronto, cabei. Vamo entrar.
- Eu já vô.
- Bora, menino que eu ainda tenho que preparar o almoço.
- Vai fazer o que hoje?
- Ensopado de galinha e macarrão.
- Ah, mainha, com tempero?!
- É, e nada de catar o tempero viu?
- E eu ganho o que?
- Rapadura na sobremesa
- Ah, mas isso eu como todo dia, não tem graça.
- Então... uma cocada.
- Das de vender?
- Da branca, que você mais gosta.
- Bota minha comida, bota! - o menino atravessou a porta em disparada e se sentou no banco da cozinha, balançando as perninhas no ar e com uma colher na mão.

Um comentário:

Francisco Casa Nova disse...

que cheiro bom de infância senti por aqui... to seguindo!