Aquele quarto velho e empoeirado

Ao abrir a porta, sentiu no rosto a corrente de vento empoeirado. Mas as peças, entretanto, ainda estavam todoas no lugar onde as deixou. A cama mal forrada, os livros espalhados pela mesa, se misturando com os vinis, além, é claro, dos murais. Sentiu no rosto uma lágrima gelada, e, novamente, o vento empoeirado que vinha de uma fenda na janela, alguem quebrara os vidros. Aproximou-se da cama e levantou o lençol, ali era possível sentar-se sem sujar o vestido com a grossa camada de poeira no móvel. Passou a pensar no que tinha se tranformado. Na pessoa que passou a ser e na que era da última vez que esteve ali. Se bem que elas nem eram tão diferentes, afinal as mudanças começaram ainda naquele quarto, agora velho e empoeirado.

Nenhum comentário: