Sem título 3

Vejo os pés a rastejar na porta.
tchac. tchac. tchac.
Escurece a greta ( aquela mesma rachadura na janela).
Seria um olho? Quem vê?
Quem me poderia ver?

Ouço o som de passos a descer a escada.
Passos rápidos.
Ele me toma.
Troquei de ato.
Não me interessam mais os passos.
Não enquanto suas mãos passeiam pelo meu corpo
semi nu, jazido no sofá.

Passos rápidos na porta.
Troca.
Mas ele toma minha atenção.
Sua língua a descer pela minha barriga.
- Ela não virá agora. - me diz.
E me toma.
Dentro de mim.
Pulsa.
Grito.]

Aaaaah.
- É ela!
- Quem se importa? -  ri.
Ele não. Eu deveria.

Mas seu pulsar...
Lento. Rápido. Rápido. Lento. Puxa.
Oh!
Assim!

Esqueço dos pés.
Dos passos.
Do rastejar na porta.
Ofegante.
Grito.

Aaaaah!
Grito.
Não pare!
Oh! Por Deus, não pare!
Aaaaah!
Orgasmo.
E cair em seus braços.

- Ela não chegou. - me diz, desdenhoso.
Sorri. Ele acertara mais uma vez.

Um comentário:

Sr. Reticente disse...

Não sou da sua terra, mas estou vivendo nela atualmente. Ainda não conheço muita coisa, mas já fui no Glauber umas duas vezes, lá é legal! Um sorvete ou um café cairiam muito bem, dia desses... Vamos combinar isso, então!
Abração!!